sábado, 7 de agosto de 2010

Homens de Verdade (mp3) (pdf)

Várias palavras bíblicas identificam homens. Muitas vezes, “homens” são simplesmente seres humanos, e a palavra se refere aos descendentes de Adão e Eva – sejam do sexo masculino ou feminino. Outras vezes, as palavras usadas se referem a qualidades conhecidas como características de adultos do sexo masculino. Em algumas traduções da Bíblia, a palavra varão é usada para comunicar este sentido.

Em 1 Coríntios 16:13-14, Paulo exortou os irmãos, homens e mulheres, com estas palavras: “Sede vigilantes, permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos. Todos os vossos atos sejam feitos com amor.” Vamos considerar este desafio de nos comportar “varonilmente” – como homens de verdade.

Varões no Novo Testamento

A palavra grega aner, que significa homem (macho), aparece centenas de vezes no Novo Testamento. Às vezes, ela simplesmente identifica algum marido ou homem, como o varão macedônio que Paulo viu numa visão (Atos 16:9). Em Atos 10:30, a mesma palavra é usada para descrever o anjo que Cornélio viu (cf. 10:3). Várias vezes, refere-se a Cristo, o “varão aprovado por Deus” (Atos 2:22; cf. 17:31; João 1:30). Nestes e vários outros trechos, um varão ou homem é um adulto do sexo masculino.

Encontramos palavras no Novo Testamento que usam a idéia de varões ou comportamento de varões para mostrar como os discípulos de Jesus devem agir. Vamos dedicar o resto deste estudo ao comportamento de varões. Como nós – homens, mulheres e jovens – devemos agir para nos portar “varonilmente”?

Demonstrar Domínio Próprio

Uma diferença entre homens e meninos é o domínio próprio que o adulto deve demonstrar, mas que normalmente não esperamos de crianças. Controle de si é uma característica de maturidade espiritual. Quando Paulo apresenta o fruto do Espírito, em contraste com as obras da carne, ele inclui domínio próprio (Gálatas 5:22-23). Quando Pedro falou das qualidades que devemos acrescentar em nossas vidas, domínio próprio estava na lista (2 Pedro 1:6). Exercer domínio próprio quer dizer pensar antes de agir, medindo as consequências das nossas decisões: “O prudente vê o mal e esconde-se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena” (Provérbios 22:3). “Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado” (Provérbios 19:2).

Um aspecto específico deste domínio próprio é o controle da língua. Tiago disse: “Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo” (Tiago 3:2). Como é difícil dominar a língua! Quantos casamentos são destruídos por palavras não refletidas? Quantas pessoas sofrem sequelas a vida toda por causa das palavras que os pais soltaram sem pensar? Quantas guerras começam por causa das línguas soltas de líderes de nações? Deus ensina a importância do controle das nossas línguas para evitar estes e outros estragos.

Mas algumas pessoas fogem desta responsabilidade, usando desculpas para justificar sua falta de controle da língua. Frequentemente ouvimos alguém dizer: “Eu sou muito sincero” e já tomamos um passo para trás para nos preparar para as palavras crueis e destruidoras que sairão da boca dessa pessoa. Um homem sábio disse: “Alguém há cuja tagarelice é como pontas de espada” (Provérbios 12:18). Acrescentou: “O que guarda a boca conserva a sua alma, mas o que muito abre os lábios a si mesmo se arruína” (Provérbios 13:3). “O homem depravado cava o mal, e nos seus lábios há como que fogo ardente” (Provérbios 16:27). Devemos evitar o erro de falar antes de ouvir: “Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha” (Provérbios 18:13).

Controle da língua não significa ficar calado o tempo todo. Significa usar a língua para falar palavras que edificam e conduzem outras pessoas à sabedoria de Deus. Significa controlar a boca e escolher bem as palavras. “O coração do sábio é mestre de sua boca e aumenta a persuasão nos seus lábios” (Provérbios 16:23).

Devemos estender este domínio próprio a outros aspectos das nossas vidas. Num mundo que incentiva a sensualidade e a libertinagem, o discípulo de Cristo precisa exercer controle dos seus desejos e impulsos. Não devemos ceder às tentações da carne, nem devemos ser pessoas impetuosas ou inclinadas à raiva. Quando amadurecemos espiritualmente, aprendemos assumir responsabilidade pelos nossos próprios atos, especialmente quando erramos. Uma criança pode tentar negar a sua culpa, dizendo “aconteceu” ou “foi ele”, mas o homem de verdade assume responsabilidade quando erra e diz “Fui eu”. Sejamos varões!

Agir com Coragem

Agora vamos considerar especificamente o texto já citado em 1 Coríntios 16:13-14 – “Sede vigilantes, permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos. Todos os vossos atos sejam feitos com amor.” Como percebemos pelos outros termos usados nestes versículos, a ênfase na idéia de varonilidade aqui é a coragem de homens. Normalmente pensamos nos homens como aqueles que mostram a coragem de arriscar suas próprias vidas para proteger mulheres e crianças. Nestes versículos, o varão deve:

(1) Ser vigilante. Ele não subestima o inimigo: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1 Pedro 5:8). O homem que se acha isento de tentação se posiciona para cair (1 Coríntios 10:12).

(2) Permanecer na fé, resistindo o adversário com firmeza espiritual: “Resisti-lhe firmes na fé” (1 Pedro 5:9). O discípulo de Cristo deve demonstrar a constância de manter a direção na sua vida, independente das circunstâncias. Esta constância é uma qualidade de homens adultos: “...até que cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Efésios 4:13-14). Meninos são facilmente derrubados. Homens permanecem firmes.

(3) Fortalecer-se na fé. Uma vez que reconhecemos a necessidade de vigiar e resistir o adversário, vamos procurar crescer espiritualmente, ficando cada vez mais fortes. Para ser um homem de verdade, muitas pessoas precisam superar sua preguiça de ler e aprender a estudarem a Bíblia com disciplina e frequência (Hebreus 5:12-14).

(4) Amar. Quando Paulo diz que todos os nossos atos devem ser feitos com amor, podemos pensar que deixou as características de varões e começou a falar sobre um aspecto mais feminino. Mas o amor, também, é característica do homem! Neste contexto, o amor é o que motiva o homem a ser corajoso. Ele defende a fé porque ele ama a Deus. Ele defende os outros – a família, seus irmãos em Cristo, etc. – porque ele ama estas pessoas e quer o bem delas. O amor exige a coragem de até se sacrificar para o bem dos outros (cf. Efésios 5:25-29).

E Nós? Somos Varões ou Covardes?

Deus mandou Josué expulsar da terra os povos rebeldes que iam levar os israelitas ao pecado, e disse para ele: “Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares” (Josué 1:9). Precisamos da mesma coragem e da mesma confiança no Senhor quando expulsamos o pecado da nossa vida, e quando ajudamos outros a se livrarem do pecado. Mas, na hora de corrigir a pessoa que caiu no pecado, muitos supostos cristãos se mostram covardes. Paulo disse: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura” (Gálatas 6:1). Tiago reforçou este ensinamento: “Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados” (Tiago 5:19-20). Não deixemos o medo de perder amizade nos impedir de fazer o que Deus manda. Vamos ter coragem e amar os outros o bastante para falar a verdade e tentar recuperar almas perdidas!

O Perigo de Não Ser Varões

A covardia não faz bem! Precisamos lembrar de dois fatos fundamentais sobre este mal:

(1) O espírito de covardia não vem de Deus (2 Timóteo 1:7).

(2) Os covardes têm lugar reservado no lago de fogo (Apocalipse 21:8). Jesus disse: “Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos” (Marcos 8:38).

Tenhamos coragem para entrar na batalha contra o pecado e permanecer firmes. Mostremos a mesma atitude de Paulo: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê...” (Romanos 1:16).

Sejamos Homens de Verdade!

Todos nós – homens, mulheres e jovens – devemos nos comportar como varões espirituais!

–por Dennis Allan

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